ATO 2 (Dança as àguas - 30 MINUTOS)


Dança coletiva de olhos vendados e com os olhos de pássaros, embaixo do pé de chuchu. A trilha sonora convida para uma viagem para dentro da horta, uma dança para desaguar, uma viagem para dentro do próprio ser, sem ver, dançar com os chuchus. 

 

(Des)aguar.  

 

 

ATO 1 - (DERIVA Coletiva - 30 minutos)

 

Partimos do Lavadouro da Anoeda em direção a solheira. Pelas vielas entre casas da região, um quarteirão, muitos metros, poucos e em lentos passos, logo ali. 


Escutamos os sons das águas do lavadouro! A performace é ativada pelo artista que começa com o carrinho-gaiola sobre o lavadouro (gravação com microfone subaquático de Bete da fonte em loop), em sequência convida a todos a seguirem carregando nessa lenta caminhada para cotejar a água até a Soalheira.

 

Logo seguimos pelas ruelas cortejando o som das águas, carregamos a água no ritmo fluido e lento do cortejo, somos água.


Atravessamos juntos em direção da encruzilhada (do lixo) e dos pombos, enfim viramos a esquerda, em paços de procissão seguimos lentos ao som da "gaiola-loop-carrinho", compondo uma paisagem sonora do cortejo. Convidados, moradores, presentes atores do território, cantam às águas.


Carregamos águas, regamos o caminhos. (Levar o regador de horta cheio de aguá no carrinho, e de vez enquando regamos umas plantas até chegar a solheira. Seria fixe pensar qual a velocidade que alguem pode ir regando o chão do lavadouro a solheira, fazendo uma linha d´água que marca o chão e desaparece. Ou uma tinta azul que pinte esse trajeto (referencia Francis Alys com a tinta verde faz uma linha verde..)


A base do som será uma velha canção das lavadeiras  que está na referÊncia do vídeo abaixo (lavadouros) sem letra, apenas melodia-rimo lenta nostalgica (lembramos as janeiras) vamos em procissão, tocando instrumentos, trocando olhares, entoando vozes, seguimos em procissão, até o pé de chuchu... regamos o chuchu com os sons, com a água do lavadouro.


_ o carrinho-gaiola vai carregar água que vamos encher na fonte, depois regaremos a soalheira com essa água, um ato coletivo de transportar a água, criar um fluxo de água em formato de som e rega, cortejar a água até os chuchus. 


 

Por fim todos já em roda na soalheira, convido a quem quiser entrar na dança, vendar os olhos (vou distribuir panos para todos) e dançar com as plantas, dançar com o pé de chuchu.

 

 



"O Tempo (lá)vai, a vida é um fio, um rio (...)" 

ARTISTAS CONVIDADOS:  todos presentes no momento do evento

APOIO:

HÍBRIDOS - CORPO, PAISAGEM E TERRITORIALIDADES

06/ABRIL/2023 (LANÇAMENTO DO PROJETO)

 Deriva do Lavadouro Noeda à Solheira


Deixo meu no convite à ativação do projeto Híbridos, um desdobramento de perspectiva sensorial e musical, levando o corpo como parte de um ato ressonante com o território da Anoeda, escutar o som do (im)material, tocar e ouvir o fluxos das águas que atravessam os tempos, as tralhas que deixamos pelo caminho, ouvimos sussurrar as memórias do lavadouro, um (en)canto. Nas tradições dessa ruralidade que (re)existe n(a) urbano(cidade), poder dançar com os chuchus.


Caminharemos no diálogo entre saberes e os sabores dessa terra, na memória que transcende os limites da linguagem, para por fim (des)aguar.


Ao navegar pelas vielas ao som das àguas, divagamos na (des)atenção, alimentamos o inesperado. Soamos como água. Seguimos em procissão e caminhamos em passos lentos, e acreditamos na transformação. Regamos novos caminhos, novas terras, novas possibilidades de mundo.


Àgua(damos) a cada um, deixamos o  convite para con(viver) nessa (de)composição a partir desse atravessamento efêmero, que é ser água. 

 

Aonde será que iremos (des)aguar?  

 

 

 



"(des)Aguar na Soalheira" 

A SOLHEIRA - PORTO (PT) - 2024