Corpo ausente, sugerido e camuflado: do universo multissensorial à procura pela Falta, procura refletir plasticamente a perceção sensorial e emocional entre seres e o ambiente, procurando respostas em prol da reconexão e coabitação. A falta não é compreendida como carência ou privação sensorial, mas como condição propícia ao despertar novos modos de sensibilizar a perceção do sentir, comunicar e habitar o mundo. Procura compreender quais as barreiras da comunicação, colocando-nos no lugar do outro. Explora a fragilidade multissensorial das relações através da prática artística autoral confrontando-a com o pensamento filosófico de autores que se debruçam nesta temática, centrando-se na análise da presença e ausência, permanecendo no agora e com a problematização da falta, em prol do coabitar juntos. Através da manipulação plástica de recursos orgânicos, procura uma relação com o mundo natural e com a sua magia oculta, viajando pelo imaginário para além do consciente, refletindo nas civilizações passadas e nos seus rituais do quotidiano, e como essas práticas podem ser transcendentes para o agora. O conceito de membrana é apresentado quer como algo físico, do domínio do sensível, quer como algo psicológico e emotivo, surgindo como espaço de troca de saberes, de comunicação comum entre seres e o ambiente: como uma pele que respira, acolhe e conecta. A camuflagem de corpos em diversos ambientes surge como um gesto poético que dissolve fronteiras entre visibilidade e invisibilidade, convidando a habitar o mundo em partilha e interconexão.
camuflagem, coabitação, falta, membrana, multissensorial