Lancei-me ao mar.


A vida assim como a arte, é compostas por várias metáforas que criam figuras arquetípicas cheias de potencialidades. Uma ferramenta linguística de criação, transmissão e entendimento da realidade. Uma mitologia. Em uma prática artística, ou em uma pesquisa, caso naufraguemos, o que nos aguaria senão a falta de estabilidade, a liberdade de perdermos o centro ou uma aventura desassossegada? Quais resultados inesperados surgiriam em uma jornada sem rumo ou um trânsito para lugar nenhum? Estar perdido ou isolado representaria novos caminhos? Talvez um renascimento após o desastre, uma nova ideia? Naufragar é o erro como solução, a forma que emerge do problema, o contrário da função. Descartes, Descartes, ainda nos encontraremos ocasionalmente por aí.