Deixando o porto.

O avanço em direção a locais desconhecidos propicia o encontro com uma série de desafios não programados, resultando em uma busca solitária por soluções, pela permanência, sobrevivência. Quando inocentemente atravessei o oceano, não sabia o que encontraria na outra margem: madeiras, cordas, marcas da luta de um antigo náufrago. Outro tempo, outras esperas.

 
Miragens de uma ilha deserta.
 
Insisto na conservação de memórias que acumulei pelo caminho. Tempo, traços e permanências. A pele é o suporte do tempo, do hábito. Casca rígida que suporta a espera, instabilidades. O mar insiste em depositar a madeira na margem, como uma espécie de expulsão do que não o pertence. Quando vejo a madeira que chega na praia, entendo os fragmentos que me chegam à consciência.