Exhibition Curation | Transart London Residency 2025
(2025)
Ali Williams
Development of Curatorial Guidelines for the Transart Residency Exhibition at London's Borough Road Gallery in July 2025.
The Anthologies Assembly, London 2025, extends a call for proposals for a vibrant, student-guided convergence of research inquiry and creative exploration. Building upon the inaugural assembly, participants are encouraged to embrace "research-based creative practice" as a means of knowledge generation where diverse disciplines intersect and boundaries blur. We welcome proposals that illuminate PhD research, including nascent "works-in-progress," emphasizing the value of ongoing inquiry. Guided by student feedback expressing both a desire for grounding in practice and community as well as exceptional moments that inspire, we aim to create spaces for genuine encounters and shared learning, where participants leave with lasting impressions on research and creative endeavors that continue to spark curiosity throughout the year.
Our curatorial framework centers on the concept of investigation, as both a rigorous pursuit and an introspective exploration. Drawing from its etymological roots, we conceive of investigation as a tracing towards something no longer present—a turning-towards truths hidden or lost in time; and a nuanced examination of practices, be they social, political, or personal.
O Corpo que Nunca Foi
(2025)
Giselle Hinterholz
Este projeto nasceu de um desconforto antigo, mas só encontrou forma quando o corpo — finalmente — começou a falar. Um corpo que, por anos, foi moldado pela obediência, pela culpa, pela contenção. Um corpo que serviu mais para agradar do que para existir.
O Corpo que Nunca Foi não é apenas uma instalação visual. É uma travessia. Cada moldura carrega fragmentos de uma história interrompida, silenciada, violentada — mas que, ao ser contada, transforma-se em matéria de resistência.
As peças não são ilustrações da dor. São gestos de enfrentamento. São corpos simbólicos criados a partir de camadas de memória, de experiências vividas, de feridas abertas e cicatrizes malformadas. Há nelas vestígios de abandono, de fuga, de abuso, de ausência de proteção. Mas há também outra coisa: o impulso de continuar.
O espaço onde as obras habitam — um ambiente branco, forrado como uma câmara asséptica — não é um lugar de pureza. É o contrário: é o lugar onde tudo o que foi considerado “sujo”, “impróprio”, “mentira” ganha finalmente forma e voz. Neste quarto simbólico, o que antes era invisível torna-se presença.
O projeto parte de histórias profundamente pessoais, mas oferece um espelho onde outras mulheres possam reconhecer as suas próprias trajetórias — sem medo, sem vergonha, sem a culpa herdada de séculos de silêncio. Aqui, a arte não quer consolar. Quer escancarar o que foi escondido, nomear o que foi abafado, e abrir espaço para outras existências possíveis.
Mais do que um processo de cura, este projeto é um rito de insurgência contra os mecanismos que perpetuam a dor como destino. Aqui, a matéria ferida se ergue como discurso.